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Os Sorrisos

Conheça os sorrisos que fazem parte da cultura da nossa cidade.

ZÉ DO CARMO

Trabalho há 40 anos pelo centro. Chego por aqui às 5h30 e fico até 18h. Sou casado, tenho espalhados, 10 filhos. Um deles trabalha aqui na rua também. Sempre trabalhei com frutas, trago da Ceasa pra cá. Tem uns fregueses arengueiros, que ficam querendo trocar as frutas, aí eu não deixo, eles ficam arretados e vão embora. Acontece de vez em quando, mas acho engraçado quando acontece.

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IRMÃ LEDA

Trabalho por aqui há 40 anos. Trabalhei na Rua Direita e Rua das Calçadas. Já trabalhei com outras coisas, mas vendo calcinhas e sutiãs há muitos anos já. Criei meus três filhos. Era tudo bebezinho. Deixava trancado em casa e vinha embora trabalhar, pra dar de comer aos meus filhos. Me divorciei cedo, não aguentei a cachaça do pai dos meninos. Tô nessa, forte e firme na rocha. Tem mulher que fica chorando por causa dos marido. Eu disse "fora daqui". Tava tirando onda com a minha cara, então pronto. Isso foi a minha vida. Hoje eu trabalho, trabalho honestamente, não me arrependo, não tenho inveja de ninguém e não sou preguiçosa. Vou dormir tarde da noite, dez, onze horas da noite e quatro da manhã tô de pé. E faço tudo em casa, faço meu almoço pra não comer na rua e tô aqui firme e forte, não desanimo. Tenho 65 anos, mas não me troco pelos jovens, não tem quem diga. Essa banca aqui que eu tenho, foi tudo do dinheiro das bijuterias que eu vendia. E tô aqui firme e forte. Meu netos, tenho uma neta de 13 anos, um neto de 13 anos, cada um de um filho, tem duas meninas, uma menina especial, a minha filha mais velha tem uma menina especial. Foi ela que mandou fazer essa banca aqui pra mim. E tô aqui, desanimar pra quê? Hã, hã! Animação! Aqui é tudo minha família. Só chego em casa pra dormir e brincar às vezes com meus netos. Depois acabou, dormir.

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JOSEANE

Eu trabalho há 32 anos na rua vendendo laços, sempre foi assim, eu mesma fabrico. Comecei vendendo em uma carrocinha, depois eu arrumei esse ponto e tô aqui até hoje. Criei minha filha daqui. Hoje ela trabalha num escritório, ganha bem. Os estudos dela eu paguei vendendo os laços. Eu dizia que queria um futuro melhor pra ela, não queria que ela ficasse na rua igual a mim. Aí ela pegou e estudou. Agora ela é assistente de veterinária, também trabalha em escritório, fez faculdade de administração e hoje tem o dinheiro dela, tem a casinha dela, tudo veio vendendo laços. Ela me deu uma netinha, ai agora tô investindo na neta. Eu saio de casa de 6h, da manhã, chego aqui às 8h, volto pra casa às 19h30, 20h, todo dia. Às vezes tiro as feriazinhas e fico em casa. Porque ninguém merece trabalhar direto. Nesse trabalho, eu não tenho dificuldade nenhuma, porque eu faço o que eu amo e é bom demais você fazer uma coisa, chegar gente aqui e elogiar. Aí cada dia você fica mais feliz pra trabalhar, pra fazer mais. Agora eu tô trabalhando pra reformar minha casa, porque eu moro embaixo de uma barreira, a prefeitura está fazendo a barreira, graças a Deus. Mas deixou muita poeira, muita sujeira lá no quintal. Agora quero fazer o piso todinho, da minha casa todinha, quero pintar e reformar ela e eu tô trabalhando pra isso.  

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ELIETE

Trabalho aqui há 36 anos. Aqui, mas já trabalhei também em outros cantos. Sempre com costura. Só quando é assim, São João, final de ano aí coloco umas roupinhas. Não tenho filhos, também não sou casada, digamos assim, tô enrolada, né? Eu saio de casa às 6h e chego aqui umas 8h30. Minha máquina fica aqui guardada, conserto bolsas, serviços com materiais mais grossos, tipo lona. Essa vida é uma luta, mas aqui todo mundo se ajuda como pode e eu gosto muito do que eu faço. 

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WASHINGTON

Eu comecei a trabalhar como camelô tinha uns 5 anos de idade. Quando tinha 17 fui trabalhar em uma empresa, mas não deu certo, trabalhei só uns 6 meses. Daí em diante trabalho como camelô e já tô com 41 anos. Eu só tenho mesmo é que agradecer a Deus, porque trabalhar como camelô é tudo de bom. Em todo canto tem estresse de cliente, tem alguém pra estressar a mente da gente. Mas aqui a gente suporta, porque tem uma satisfação, a gente gosta do que faz. E quero viver a minha vida toda trabalhando de camelô pra mim próprio, porque pra mim é uma arte. Eu já vendi brinquedo, óculos, acessório pra celular, trabalhei de flanelinha uns 5 anos. Todo dia o celular alarma de 4h40 da manhã e eu chego aqui às 6h, eu e Deus. Volto pra casa às 20h, mas já teve dia de chegar às 21h30. Eu gosto do público, dos clientes, a gente faz umas amizades diferentes e todo dia é uma história nova pra contar. Tem cliente que chega aqui e se agrada tanto com o atendimento, que compra uma água de coco no valor de 3, 4 reais, e acaba pagando 10, 15 reais. A gente quer devolver, eles não aceitam, dizem que é pelo atendimento. Isso é muito gratificante, né? A firma agradece! A minha visão do futuro é só comprar uma casa fora do bairro onde eu moro.

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DAYVISON

Faz uns 8 anos que eu trabalho na rua, trabalhando pros outros. Mas já vai fazer 4 anos que eu tô trabalhando pra mim, graças a Deus! Chega de trabalhar pros outros. Tô aqui pelo sustento da minha família, um sustento melhor. Trabalhando aqui porque trabalho fixo tá difícil. A pessoa tem que meter a cara na rua, enfrentar as dificuldades. Vão vir altos e baixos, eu passei por várias dificuldades na vida pra chegar onde eu tô, não foi fácil. Viver aqui me traz muita felicidade, quando as criancinhas chegam aqui pedindo um brinquedo, me chamando de tio, é bonito demais. Quando a criançada chega aqui é uma alegria. Só eu e minha esposa, não tenho filho, mas a mulher tá pretendendo ter, ela já disse que em 2025 já é certo. Aí já vai ser mais gasto. A maior dificuldade é quando tá chovendo. O negócio para, fecha tudo, alaga a rua, fica parado o movimento. Eu saio de casa umas 6h50, 7h aí chego aqui às vezes 8h30, 9h, depende do trânsito, saio daqui às 17h em ponto, e só chego em casa às 20h mais ou menos, às vezes é 21h. Todo dia é uma luta. Queria conquistar a minha casa e graças a Deus consegui tirar daqui, agora só quero conseguir conquistar um carrinho mesmo, pra eu e minha esposa passear com as crianças quando vierem.

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IRACEMA

Eu trabalho aqui há uns 8 anos. Comecei com brinquedos, aí fui mudando. Eu sempre coloco algo diferente. Eu amo trabalhar aqui na cidade, com o público, eu amo conversar, sorrir, brincar, pra mim faz parte do meu trabalho. Eu gosto mesmo, de coração, eu amo. Eu só vou deixar de trabalhar quando minhas forças terminarem. No começo foi muito difícil, as lutas, as dificuldades financeiras, sem ajuda de ninguém. Aí tem que se esforçar pra ganhar, mas também se organizar para quando chegarem as dificuldades a gente não sofrer tanto. Eu só guardo coisas boas, as ruins não fazem parte da minha vida. No meu coração só ficam as coisas boas e mesmo se eu quisesse guardar coisa ruim, não caberia dentro de mim. Eu não sonho, não penso em futuro. Vou trabalhando, vou levando. Eu peço muita saúde a Deus e forças pra eu continuar fazendo o meu melhor. Eu pago aluguel, sonhava em ter uma casa própria, agora eu nem sonho mais, eu pago aluguel, vivo de aluguel, então pronto. Você tem que sempre pensar em fazer o melhor e querer algo melhor pra você no dia a dia.

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ANTÔNIO

Trabalhei 28 anos em uma empresa de telefonia, carteira assinada, depois que saí da empresa, aí vim aqui pra cidade. Comecei trabalhando como ajudante de um, de outro. Até que recebi a indenização do meu antigo trabalho e montei meu próprio negócio. Estou nesse trabalho há uns 5 anos. Trabalho com o que for da época, Natal a gente vende pisca-pisca, verão a gente trabalha com óculos, São João a gente vende fogos. Compro por aqui mesmo, na rua aqui atrás, que vende em grosso. No carnaval a gente vende de tudo. Pistola de água, enfeites, máscara, tudo de carnaval a gente vende. Tenho 07 filhos, 06 homens e uma menina. Dois moram comigo, um de 12 e outro de 14 anos. O mais velho já vem me ajudar, quando dá. Os outros já tem sua vida, até me ajudam. É uma luta, um trabalho difícil, mas o que motiva é a família. Sair de manhã e voltar à noite com o dinheiro do pão pros meus filhos, pra minha esposa, se manter. Essa é a minha motivação.

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SÉRGIO

Trabalho na rua há mais de 30 anos. Comecei vendendo picolé, mas já vendi tanta coisa. Já vendi amendoim, já vendi pulseira, já vendi camisa de time em estádio de futebol, já trabalhei com muita coisa mesmo. Tenho três filhos, já tudo adulto, tudo ambulante igual a mim, tudo criado com meu trabalho na rua. Eu saio às 5h40 da manhã, chego aqui às 7h. Aqui trabalham eu e minha esposa. Eu sou o chefe e ela é a chefe, aí a gente se mantém graças a Deus. Não trabalho de carteira assinada pra ninguém mais. Aqui tá bom demais pra mim. Não vejo dificuldade nenhuma nesse trabalho, só o cansaço físico que bate na pessoa que sai às 5h da manhã e chega às 19h em casa. O que eu mais gosto é da clientela que deixa a gente mais alegre, né? Chego, brinco com um, brinco com outro e assim vai. Eu digo pra todo mundo aqui na rua que meu maior sonho é comprar uma casa em Porto de Galinhas. Gosto demais de praia.

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LUIZ ARTHUR

Eu comecei quando eu tinha saído do meu emprego. Tinha um colega aqui no centro da cidade, aí ele me chamou e eu comecei a trabalhar na rua. Foi daí que eu comecei e meter a minha mola, comecei a trabalhar pra mim mesmo, pegando mercadoria, desenrolando, daí eu cresci, né? Antes eu trabalhava com estética automotiva, polimento, higienização de banco e tudo. Aqui na rua mesmo comecei trabalhando com fruta e verdura. Já faz mais de 3 anos que eu to trabalhando aqui. Tô casado, tenho uma filha de 9 meses. Tudo tem seu tempo. Eu meto minha mola, guardo um dinheirinho, compro uma coisa, compro outra, tudo devagarinho pra não gastar meu dinheiro todo, aí vai dando tudo certo, devagarinho. Eu acordo de 5h da manhã, pra levar minha filha na creche, organizar as coisas, vir pra cá, pegar a mercadoria e começar a trabalhar. Volto pra casa só quando largo, à noite, 19h, 20h, porque a gente tem que organizar as coisas, deixar tudo certinho pra ir embora, pra no outro dia estar aqui de novo. Eu não boto dificuldade pra trabalhar não, eu meto a cara e venho embora, dificuldade eu deixo de lado. O que eu mais gosto é de mim mesmo, que eu sou um cara esforçado, gosto de estar todo dia aqui no meu trabalho, nunca paro. Queria ser jogador de futebol, mas já que eu não consegui realizar, agora tô aqui. Quero muito ter minha casa, comprar minha motinha, trabalhar pra mim mesmo, que é isso que eu gosto.

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